Produção de texto: coesão e coerência

02 junho 2010

Para que um texto se apresente de modo organizado e harmônico, é preciso que ele contenha dois fatores de textualidade (conjunto de fatores responsáveis pela constituição de um texto): a coesão e a coerência.


Coesão é a articulação dos elementos linguísticos (palavras e frases) que formam o texto. As relações coesivas se estabelecem por meio de cinco procedimentos básicos:


* Referência: determinadas expressões (como os pronomes) só podem ser entendidas se relacionadas a outros elementos do texto.
* Substituição: uma expressão é utilizada no lugar de outra.
* Elipse: um termo é omitido, mas pode ser recuperado pelo contexto.
* Conexão: conjunções coordenativas, conjunções subordinativas, advérbios e locuções adverbiais estabelecem determinadas relações de sentido entre as sentenças, ligando-as umas as outras.
* Coesão lexical: repetição de elementos com a mesma referência, como sinônimos e nomes genéricos. Exemplo: a moça/a jovem (sinônimo); as rosas/as flores (nome genérico).


Coerência é a articulação das ideias no texto, de modo a promover a continuidade do sentido. Ela envolve:


* Conhecimento prévio: todo texto exige do leitor determinado repertório cultural para poder ser entendido. Dessa forma, o receptor (ou seja, o leitor) do texto busca o sentido dele a partir do seu próprio conhecimento de mundo. Da mesma forma, um texto só pode ser escrito se seu autor tiver um bom conhecimento do tema do qual tratará (isso só é conseguido através de muita leitura).


* Referências: mecanismos usados pelo autor para se referir a uma personagem ou situação importante, que aparece diversas vezes no texto. A identificação desses mecanismos também revela as intenções do autor.


Os pronomes relativos são utilizados para substituir um nome que já foi citado anteriormente no texto (e com ele se relaciona), no processo de conexão de sentenças.


Os paralelismos são construções que apresentam a mesma estrutura gramatical, ou seja: a) se o texto é iniciado com o verbo no pretérito perfeito, é bem possível que esse tempo verbal deva dominar o resto do texto; b) se, ao escrever um email, por exemplo, o remetente chama o destinatário de “você”, as outras formas pronominais referentes ao receptor do texto deverá estar na terceira pessoa do singular também. Exemplo: b) Estou com muitas saudades de você. Acho-a linda (escrever “Acho-te linda” seria uma inadequação, pois o “te” é segunda pessoa do singular, sendo que “você” é terceira pessoa do singular).

Referências:

1) Guia do Estudante - Português - Vestibular + Enem 2011. Editora Abril.

Quase todo o texto foi retirado da página 55, com algumas modificações feitas por mim, para tentar deixá-lo mais didático.

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